É quando você vai embora que eu me ponho a pensar. O que fazer? O que seguir? O que pensar? O que sentir?
É quando você me chama que eu perco a linha do pensamento, o que eu seguia achando "errado" me trás como um "certo" e um gosto de quero mais.
É quando eu olho pra você que eu busco me entender, saber o que realmente acontece dentro de mim, é quando você vai embora que meu coração demora a entender que eu ainda preciso disso, quando você me chama e o coração clama, querendo te ter aqui.
E será que é verdade ou pura infantilidade acreditar que há algo a se cumprir? Acreditar que o destino incerto está me fazendo recordar aquele sentimento adormecido que havia em mim?
Eu já não sei se me basta provas, atitudes, olhares, se isso não me basta posso constatar que não é importante pra mim, que eu não preciso disso, que eu não quero, que eu julgo "errado"... mas é aí que você aparece, vem e me chama e tudo isso eu esqueço, só pra te ter aqui.
E é quando você não está que eu me ponho a pensar que isso não passa de algo incorreto e discreto, uma "brincadeira" errada e equivocada, sem sentimentos mas com vontade, pensar que isso é uma maneira de você me usar, para alimentar desejos que não lhe são satisfeitos. Eu penso em dar um fim a tudo isso, em reorganizar as coisas como devem ser, então minha razão pede pelo ponto final.
Já quando você está aqui eu esqueço tudo isso, deixo-me levar pelo momento, pela vontade, pelo meu sentimento equivocado, que não sabe o que sentir, é quando você está aqui que eu perco a noção da razão e sem ter medo de nada me arrisco no escuro abismo da incerteza e isso é bom, é quando você está aqui que eu quero isso e muito mais, quero sempre mais e mais, entregar e deixar-me levar pelo desejo e a vontade. E o coração diz que não é errado, que é bom, e podia ser assim...
Mas a razão diz que não é verdade, que eu não posso.. Mas o coração diz que eu quero, que eu espero...
A vontade e a realidade, o escondido e o proibido, o desejo sempre de quero mais mas o não poder se deixar levar demais...